segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pambu Njila - O Acerto no erro e o Erro no acerto.


Na Mitologia Bantu - Mpambu em Kikongo significa (Encruzilhada) e Njila (Caminho).
Pambu Njila é um Nkisi, nome pelo qual é conhecido o orixá EXÚ em candomblés de Nação Angola. Exú é o intermediário entre os seres humanos e os outros Nkisis.
É o Senhor dos caminhos e dos começos. Guardião das aldeias e que tinha seu culto geralmente nas suas entradas, tal qual Èsù Yorubá ou o Legbara Daomeano. Ou seja, o caminho é o mesmo, muda-se o nome, a língua, algumas tradições, mas a ideia é a mesma, assimila-se Exú com Pambu Njila, mas cada tradição mantem suas especificações, mesmo que troquem a língua falada ou o nome.
A palavra Èsù em Yorubá significa "esfera" e, na verdade, Exú é o Orixá do movimento.
Ele é quem recebe as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem a de garantir que sua função de mensageiro entre o Òrun e o Àiyê, mundo material e espiritual, seja plenamente realizada. Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo Cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade.
Por ser provocador, indecente, astucio e sensual é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um absurdo dentro da construção teológica Yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma percificação do Mal. Mesmo porque nesta religião não existem Diabos ou mesmo entidades encarregadas única e exclusivamente por coisas ruins como fazem as religiões Cristãs, estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso, pelo contrário na mitologia Yorubá, bem como no candomblé cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.


De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades aquelas pessoas que estão em falta com ele.
No entanto, como tudo no universo, possui de um modo geral dois lados, ou seja: positivo e negativo.
Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Dai ser Exu considerado o mais humano dos Orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Odùduwà quando da sua chegada a Ifè e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú.
A palavra Elegbará significa "aquele que é possuidor do poder (agbará)" e esta ligado à figura de Exu.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Òyó, é o cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do Rei.
Exu praticamente não possui Ewós ou Quizilas aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os Yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós elementais da terra utilizados de forma bem precisa, em seus trabalhos.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil de todos os Orixás. e quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca maus entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um Orìkì (historia) que: "Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame".
E assim é Exu, o Orixá que faz: O erro virar acerto e o acerto virar erro.

           Laroyê exú!, Exú é mojubá!

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