Casa Branca do Engenho Velho, Sociedade
São Jorge do Engenho Velho ou Ilê Asé Iyá Nassô Oká; é considerada a primeira casa de candomblé aberta
em Salvador, Bahia. Constituído de uma área aproximada de 6.800 m²,
com as edificações, árvores e principais objetos sagrados. É o primeiro
Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o
dia 31 de maio de 1984, posteriormente tombado em 14 de Agosto de 1986.
No período da escravidão no Brasil, os negros
formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia princesas, na condição
de escravas, vindas de Oyó e Keto,
fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam num local
denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Nagô Ilè Asé Airá Intilè também conhecida
como Candomblé da Barroquinha,
que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência, dentro
do perímetro urbano de Salvador.
Sabe-se que esta comunidade fora fundada por
três negras africanas cujos nomes são:
Iyá Detá, Iyá Kalá, Iyá. Não se tem certeza de quem plantou o Axé, porém o Engenho Velho se
chama Ilé Iyá Nassô Oká.
Os africanos que se encontravam ali, lugar
deserto naquela época, porém próximo ao Palácio de sua Real Majestade, tiveram
receio da intervenção das autoridades no seu Culto, daí, Iyá
Nassô resolveu arrendar terras do Engenho
Velho do Rio Vermelho de Baixo, no trecho chamado Joaquim dos Couros, lugar
onde se encontra até hoje, estabelecendo aí o primeiro Terreiro de Culto
Africano na Bahia.
A Iyá Nassô, sucedeu Iyá Marcelina da
Silva. Após a morte desta, duas das suas filhas, Maria Júlia da
Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé,
cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iyakekeré) tomar a
posse de Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais dissidentes
e fundaram outro Ilé Axé, o (Terreiro do
Gantois).
Substituiu Maria Júlia Figueiredo na
direção do Engenho Velho, a Mãe Sussu (Ursulina de Figueiredo). Com a sua morte
nova divergência foi criada entre suas filhas, Sinhá Antônia, substituta
legal de Sussu, por motivos superiores não podia tomar a chefia
do Candomblé, em consequência o lugar de Mãe foi ocupado por Tia Massi
(Maximiana Maria da Conceição).
Vencendo o partido da Ordem, dissidentes inconformados
fundaram então uma outro Ilé Axé, o (Ilê
Axé Opô Afonjá).
Maximiana Maria da Conceição, Tia Massi foi
sucedida por Maria Deolinda, Mãe Oké. A direção sacerdotal do Engenho
Velho foi posteriormente confiada à Marieta Vitória Cardoso, Oxum Niké,
recentemente desaparecida.
Atualmente, assumiu a chefia da Casa, a Iyalorixá Altamira
Cecília dos Santos, filha legítima de Maria Deolinda dos Santos, carinhosamente
chamada de "Papai Oké"
O Terreiro é de Oxóssi e
o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o
nome de Casa Branca, é uma edificação alongada com várias divisões
internas que encerram residências das principais pessoas do Terreiro, como
também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, Salão
onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as
comidas sagradas. Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o caráter
sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o
Patrono do Templo.
O Ilé Axé Iya Nassô é o 1º Templo de Culto
Religioso Negro no Brasil - Casa Branca do Engenho Velho.
É o primeiro Monumento Negro
considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de
1984 (Tombamento do Terreiro do Engenho Velho).
Antes disso, em 1982, o Terreiro já havia sido
tombado como Patrimônio da Cidade do Salvador 1ª Capital do Brasil.
Em 1985 o Terreiro do Engenho Velho foi
considerado Axé Especial de preservação Cultural do Município de Salvador.
A Sociedade São Jorge do Engenho Velho,
representante legal da Comunidade do Ilé Axé Iya Nassô Oká foi considerada de
utilidade pública Municipal e Estadual. É Membro do Conselho Geral
do Memorial Zumbi.
Ilê Iyá Omi Axé Yamassê
A Sociedade São Jorge do
Gantois, Terreiro do Gantois ou Ilê Iyá Omi Axé Yámassê; Outra grande casa de candomblé Jejé-Nagô, que também nasceu da Casa Branca do Engenho Velho, foi
fundado por Maria Júlia da Conceição
Nazaré, 1849 que parte com seu marido, negro alforriado, para um terreno
arrendado pelo bisavô de Menininha.
O terreno onde foi erguido
Gantois pertencia a uma família belga, traficante de escravos e proprietários
de terras. O lugar era escondido como estratégia para fugir das perseguições
policiais. Era localizado em num lugar alto e cercado por um bosque, com muitas
arvores. Aí foi plantado o Axé do terreiro e iniciado o trabalho.
O que diferencia o Gantois
de outros terreiros tradicionais da Bahia, como o Ilê Axé Opô Afonjá, Casa Branca do Engenho Velho, Terreiro do
Bogum e outros, é que a sucessão se dá pela linhagem e não através de
escolha pelo jogo de búzios.
Gantois segue a tradição hereditária consanguínea, em que os
regentes são sempre do sexo feminino.
O
Tombamento Terreiro do Gantois foi realizado em 2002, pelo IPHAN.
Ilè Asé Opó Afonjá
Ilè Asé
Opó Afonjá, (Casa de Força Sustentada
por Afonjá), Centro Cruz
Santa do Asé do Opó Afonjá, fundada por Eugênia Ana dos Santos,
em 1910.
O Tombamento
Terreiro Opo Afonjá realizado em 28 de julho de 2000,
pelo IPHAN
A história do Terreiro do Asé Opô Afonjá assim como a
do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.
Segundo vários autores, este terreiro serviu de modelo para todos os
outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa
Branca, comandado por Eugênia Anna dos Santos, fundou, em 1910, numa
roça adquirida no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Ketu do Asé
Opô Afonjá.
O terreiro ocupa uma área de cerca de 39.000 m2. As edificações
de uso religioso e habitacional do terreiro, ocupam cerca de 1/3 do total do
terreno, em sua parte mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de
vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das
redondezas.
Por força da topografia do terreno, as edificações do Asé Opô
Afonjá se distribuem mais ou menos linearmente, aproveitando as áreas mais
planas da cumeada, tornando, no acesso principal, um "terreiro"
aberto em torno do qual se destacam os edifícios do barracão, do templo
principal - contendo os santuários de Oxalá e de Iemanjá -,
da Casa de Xangô e da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos.
A organização do Asé Opô Afonjá mantém
as características básicas do modelo típico do terreiro jejê-nagô.
Esses mesmos elementos, são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e
do Gantois, apenas com uma diferença: no Asé Opô Afonjá o barracão é uma
construção independente, ao passo que nos dois outros terreiros ele está
incorporado ao templo principal.
Obrigada pelo excelente post! Achei muito informativo e acessível sobre a história do candomblé.
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